Tesouros

Conforme os anos vão passando, vou começando a perceber que há coisas e pessoas que são sem a menor dúvida tesouros na minha vida.

Há pessoas que ganharam esse "posto", porque simplesmente não consigo viver sem elas, porque marcaram e marcam a minha vida.

Sei que muitas delas não estando perto, ou não estando sempre juntos, posso contar com elas e que haja o que houver vão estar sempre lá.

Muitas vezes não é facil gerir isto a que chamamos amizade. Com muita facilidade já as magoei e com a mesma facilidade essas pessoas me magoam. Falo de magoar porque acho que só me magoa verdadeiramente que GOSTA mesmo de mim e o eu sinto que só magoei as pessoas de quem GOSTO mesmo.

O bonito da amizade não está nas vezes que sorrimos com os amigos. São momentos também eles importantes...mas o bonito da amizade está no largar tudo seja a que horas for, seja quando for e como for e ir a correr onde quer que o amigo esteja e dizer "Calma, estou aqui!"

Faço isso com alguma frequencia...os problemas dos meus amigos passam a ser os meus.

Afinal...será isto a que se chama AMIZADE?!

Saudades...

Há poucos dias dei por mim a olhar as fotos dos meus avós...
E no tempo que estive a observar as suas fotografias fiz uma viagem no tempo, que deixou aquela saudade que mesmo escondida existe e que ainda doi.
Lembrei-me da trança da minha avó que ela todos os dias fazia e enrrolava num pequeno "coque" que sempre lhe conheci...
Lembrei-me das mãos do meu avó que eram tão grandes!
Lembrei-me dos biscoitos que a avó fazia numa tigela de barro e que havia sempre um biscoito pequenino para a Anita.
Lembrei-me do corredor da casa dos avós que tantas vezes corri e pedalei com o meu triciclo.
Lembrei-me da sala de jantar que só usavamos para as festas grandes com toda a familia reunida e o cheiro a cha que tanto a caracterizava.
Lembrei-me do bandolim do avô e de tantas vezes lhe pedir que tocasse a musica que fazia chorar "Eu beijo suas mãos senhora..."
Lembrei-me do pote de lata com que ia buscar água ao chafariz borrado.
Lembrei-me do Nilo.
Lembrei-me deles...e da falta que me fazem...