Friday, October 23, 2009

Saramago, Caim e as religiões

Li este artigo no blog da minha amiga Ângela e decidi colocá-lo no meu. Transcreve na integra o que sinto e penso sobre este assunto e esse tal de Saramago ou lá o que ele é...

"Ainda a propósito do post anterior, e já que nele falei em Saramago, hoje decidi dedicar-lhe este post. Não é porque seja fã do escritor, porque confesso que nunca consegui ler uma obra sua até ao fim (é capaz de ser um problema meu!); muito menos o sou da pessoa e da arrogância com que costumeiras vezes vem falar de Portugal e dos portugueses, bem como das convicções de cada um e, sobretudo, das dele próprio.
Vem o post a propósito da cruzada (e a escolha da palavra é propositada) que trava contra as religiões - que, segundo o próprio "...não servem para aproximar as pessoas nem nunca serviram"- e particularmente contra a Bíblia, neste último livro publicado que intitulou "Caim".
Saramago não percebe "...como é que a Bíblia se tornou um guia espiritual. Está cheia de horrores, incestos, traições, carnificinas."
E eu não percebo porque é que Saramago tem tanta necessidade de desacreditar um Deus que -segundo ele- nem existe, para vender livros! Até parece que a luta contra a "manipulação" prepertada pela religião é mais importante que a literatura.
Efectivamente, na Bíblia há relatos de tudo aquilo que diz - concretamente no Antigo Testamento, onde o autor foi buscar a personagem Caim.
A Bíblia é, na verdade, um conjunto de livros escritos em vários géneros literários (relatos históricos, salmos / poemas, epístolas/cartas, evangelhos (relatos sobre a vida de Jesus) - inspirado por Deus, para os que nisso acreditam- sendo que, a sua leitura não conduz o leitor, de per si, às acções nela relatadas. Nesse sentido não pode ser entendida como um manual e, muito menos, como "um manual de maus costumes", como o define Saramago.
É um livro com uma imensa carga simbólica, que não deve ser "lida à letra"
e que -para ser verdadeiramente apreciada e entendida- requere algum conhecimento do tempo e dos lugares em que os livros que a compôem foram redigidos, da cultura e da história dos povos que nela vêm referidos e até dos idiomas em que foi escrita. A sua mensagem para os dias de hoje, cabe a cada um que a lê, ou ouve proclamar, retirar para si...se assim o entender.
Saramago também saberá - se efectivamente leu a Bíblia, como diz - que nela são igualmente numerosos os exemplos de amor ao próximo e os ensinamentos positivos, para além de conter belas peças literárias (independentemente do valor religioso que possamos, ou não, atribuir aos textos e às narrativas nela contidas)...mas isso não lhe interessa reflectir! Sim porque, para Saramago, o tema religião "É um motivo de reflexão, não uma fixação."
Ninguém diria!!!
Preocupou-se com a reacção dos judeus - que até não foi inflamada, mas que lhe responderam como ele merece, colocando-o no devido lugar - e surpreendeu-se com "a frivolidade dos senhores da Igreja". A mim não me surpreende a frivolidade do próprio Saramago ao fazer da religião "o ópio do povo"...porque no fundo é disso que se trata e, não é senão essa, a mensagem que quer passar.
Não concordarão com ele todos aqueles biliões de pessoas que, no mundo inteiro, vivem de boa fé a sua religião, sejam cristãos, judeus, muçulmanos ou hindus...só para referir algumas. Provavelmente porque têm necessidade de se ligarem a uma entidade superior, de se unirem aos outros que com ele (con)vivem... "re-ligare", é esta a origem do termo religião. Saramago não terá, porventura, essa necessidade. Ou terá conseguido colmatá-la com outras ideologias, já que é demasiado céptico para "crer" em algo.
É certo que, ao longo da história do mundo, houve (e continuam a haver) momentos particularmente infelizes, em que a religião justificou actos bárbaros contra o próximo (cruzadas, guerras santas, inquisição, leis que colocam em causa direitos básicos, etc). Mas felizmente que, hoje, são muito mais os exemplos positivos da acção da Igreja e dos ensinamentos religiosos por esse mundo fora que as consequências negativas da leitura da Bíblia. E esses, Saramago não os pode ignorar, por mais que queira.
Por mim,desta feita, também não quis ignorar as suas declarações...
Posso respeitar a sua opinião mas não quero respeitar a prepotência com que fala das convicções dos outros, partindo do princípio de que tem toda a razão do mundo...e por isso escrevi este texto.
Quem teve paciência para o ler até aqui também terá toda a liberdade para ler "Caim".
É que aqui não estão postas em causa as qualidades literárias do Nobel português, nem a possibilidade de fruição de uma obra literária já que, apesar do poder da literatura, ainda há que ter em conta a inteligência do leitor e a sua capacidade de interpretação e discernimento sobre o que lê...coisa que, Saramago, não parece reconhecer a quem lê a Bíblia!
A Igreja e a Sociedade, felizmente, evoluiram nalguns aspectos e hoje já não há livros negros, nem inquisição, nem listas de livros proibidos por ditaduras fascistas ou comunistas. "Caim" não constará em lista alguma deste género. Somos livres de ler o que bem nos apetecer e da leitura retirar o que de melhor nos puder dar! "


E acrescento...Que Deus o abençoe Sr. Saramago!

Tuesday, October 20, 2009

Nazareno...11 anos

E já lá vão 11 anos.
Muito já se viveu e já muito levamos a tantos.
Foram 11 anos em que Cristo se quis fazer presente nas nossas vidas de uma forma diferente e especial.
Abençoados aqueles que disseram sim e que ousaram continuar neste caminho que tantas vezes se torna tão dificil de percorrer.
A paisagem nem sempre é clara e limpida e faz-nos olhar mais para nós que para o horizonte. Compensa depois a chegada ao destino que nos mostra o verdadeiro sentido deste serviço.
Agradeço a Deus por ter colocado este Nazareno na minha vida.
E tal como alguém muito especial me dizia neste dia "...11 anos de Nazareno que transformaram a minha vida..."
Obrigado a todos! Aos de ontem, aos de agora e aos que ainda estão para vir!

"Sempre a sorrir, juntos queremos continuar!"