Nestes tempos de crise, há quem fale em pobreza envergonhada.
Eu sem querer tirar o devido valor à crise, prefiro falar de uma coisa que me é mais querida. Falo em Fé escondida.
Ontem fui ao pão. No caminho encontrei uma pessoa amiga.
Ia fazer uma caminhada.
"O tempo está bom hoje" disse.
Assenti.
Avançou com passo acelarado. Eu mais lenta, fiquei a observar a pessoa a afastar-se.
É então que reparo que não ia sozinha.
Ia a rezar o terço.
Toma.
Embrulha.
Esta "Fé escondida" á a Fé real...é a Fé verdadeira!
Não é aquela fé exibicionista, que espera reconhecimento e que se vive para parecer bem.
É uma Fé vivida no silêncio do quarto com a porta fechada a que o Evangelho tantas vezes nos convida.
A "fé" de exibição penso, na minha modesta opinião, ser aquela que Jesus expulsaria do templo.
Desengane-se qum pensa que os vendilhões do templo que Jesus expulsaria, seriam os lojistas de Fátima, Lurdes ou de outro santuário do mundo, onde se encontra a Nossa Senhora flurescente mesmo ao lado do quadro de Jesus que se inclinarmos a cabeça para a direita tem os olhos fechados, mas se inclinarmos para a esquerda aparece com uns olhos surpreendentemente abertos.
Não.
Os vendilhões do templo são aqueles que teimam em colocar-se em "montras" para que o mundo os veja e aplauda pela fé que tanto querem mostrar...
Secalhar até vale a pena pensar nisto...