Este ano tenho sentido umas saudades terriveis dos meus avós.
Saudades de passar o Natal com eles e entrar na sua casa no dia 24 de manhã e sentir o cheiro dos fritos tipicos de Natal que a avó Aida sempre fazia. Chegar à sala e a minha avó estar a tricocar as colchas de duas agulhas que agora moram na arca em minha casa.
Lembro-me das suas mãos e de tantas vezes pegar nelas para fazer dançar nos meus dedos a pele enrrugada.
O avô batia a massa dos biscoitos que eram únicos, só comparaveis aos da Mimi, que eu sempre que a visitava, ia buscar ao armário de portas de vidro da cozinha. A casa da Mimi sempre me encantou. Tinha um cheiro muito especial de chá e bolos e a luz que entrava pela clababoia da sala, que me dava a sensação de entrar em outro universo. Entravamos pela Rua do Largo dos Conceições e passavamos por uma ponte interior na casa que nos levava ao centro da casa na outra rua. Fantástico!
Depois passavamos o resto da véspera de Natal a ajudar a avó a cozer o bacalhau, a preparar as coves (nunca vou comer iguais), a ouvir as histórias do avô, a carregar a lenha para a salamandra, a brincar e ver televisão.
Depois do jantar ficavamos pela sala e quase à hora de deitar ia-mos ligar os cobertores, pois a casa dos meus avós era muito fria...gelada!
O dia de Natal era passado ou em casa da Tia Gina ou na casa do Tio Manuel.
O tempo cura tudo, mas aclara as sensações, os sentimentos, a saudade e a memória!
Para a minha avó Aida e para o meu avô Filipe...Santo Natal !
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